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'Silêncio mortal': Um dos últimos presos vivos de Alcatraz relembra prisão e critica plano de Trump para reabrir presídio .

May 11, 2025, 10:22 AM

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        "description": "Aos 93 anos, Charlie Hopkins, que viveu três anos na ilha-prisão mais temida dos EUA, relembra o silêncio, as tentativas de fuga e os dias em confinamento solitário Quando Charlie Hopkins olha para trás e relembra os três anos que passou em uma das prisões mais temidas dos Estados Unidos, o que mais lhe vem à memória é o \"silêncio mortal\". Aos 93 anos, morando na Flórida, ele acredita ser o último ex-detento vivo de Alcatraz, famosa prisão federal norte-americana que funcionou numa ilha isolada da baía de São Francisco até 1963.\nAlcatraz como prisão? Especialistas dizem que para reabrir prisão talvez seja necessário reconstruir tudo\nLeia mais: Como é a prisão de Alcatraz que Trump vai reabrir 'para abrigar os criminosos mais violentos da América'\n— É um som solitário — diz ele em entrevista a rede televisiva inglesa BBC, ao recordar das noites em que dormia ouvindo apenas o apito dos navios que cruzavam a costa. — Lembra o Hank Williams cantando aquela música 'I'm so lonesome I could cry'.\nHopkins foi enviado para Alcatraz em 1955, depois de se envolver em confusões em outras unidades enquanto cumpria uma pena de 17 anos por sequestro e roubo. Preso em 1952, em Jacksonville, na Flórida, fazia parte de um grupo que sequestrava pessoas para passar por bloqueios policiais e roubar carros. Transferido de Atlanta, ele conta que a prisão na ilha era limpa, mas vazia. Sem rádio, poucos livros e escassas distrações, os dias se arrastavam.\n— Não havia nada para fazer. Você podia andar de um lado para o outro na cela ou fazer flexões — lembra.\n— Passei um tempo limpando o chão de Alcatraz, varrendo e lustrando até que brilhasse.\nA rotina monótona era, por vezes, interrompida por figuras lendárias. Alcatraz abrigou nomes como Al Capone, o \"Homem-Pássaro\" Robert Stroud e o mafioso Whitey Bulger. Hopkins também teve sua cota de problemas: passou diversos períodos no \"Bloco D\", o setor de confinamento solitário, onde os presos permaneciam trancados por quase todo o dia.\nSua estadia mais longa ali — seis meses — ocorreu após participar de um plano de fuga que envolvia o famoso assaltante de banco Forrest Tucker. Hopkins ajudou a contrabandear lâminas de serra da oficina da prisão para cortar as grades da cozinha do porão.\n— Alguns dias depois de trancarem as lâminas, me trancaram — recorda.\nO plano não deu certo. Mas, meses depois, Tucker conseguiu escapar temporariamente ao esfaquear o próprio tornozelo com um lápis durante uma internação médica, obrigando os agentes a removerem suas algemas. Dominou os seguranças do hospital e fugiu. Horas depois, foi recapturado em um milharal, vestindo apenas um roupão hospitalar.\nÀ medida que mais tentativas de fuga se acumulavam — foram 14 ao longo dos anos, envolvendo 36 detentos, segundo o Serviço Nacional de Parques — a segurança aumentava.\n— Quando saí de lá em 1958, a segurança era tão forte que você não conseguia respirar — diz Hopkins.\nUma das fugas mais conhecidas foi a de 1962, quando Frank Morris e os irmãos Clarence e John Anglin escaparam usando cabeças de papel machê para enganar os guardas e fugiram pelos dutos de ventilação. Nunca foram encontrados, e o FBI acredita que morreram afogados.\nEm 1963, Alcatraz foi fechada definitivamente. O governo concluiu que seria mais barato construir novas prisões do que manter a estrutura precária na ilha remota. Atualmente, o local virou atração turística, recebendo milhões de visitantes por ano e gerando cerca de US$ 60 milhões em receita anual.\nO prédio, no entanto, está em ruínas, com tinta descascada, canos enferrujados e banheiros deteriorados. A unidade principal começou a ser construída em 1907 e, desde então, a exposição constante aos ventos e à maresia deixou o lugar praticamente inabitável.\nMesmo assim, o ex-presidente Donald Trump declarou recentemente o desejo de reabrir Alcatraz para abrigar os “criminosos mais cruéis e violentos” do país.\n— Alcatraz representa algo muito forte, muito poderoso — disse Trump. — Lei e ordem.\nHopkins, um declarado apoiador do republicano, não acredita que a proposta seja séria.\n— Ele realmente não quer abrir aquele lugar — afirmou. — Está tentando passar uma mensagem ao público sobre punir criminosos e imigrantes ilegais.\nPara ele, a ideia é impraticável.\n— Seria muito caro. Naquela época, o sistema de esgoto ia direto para o oceano. Eles teriam que inventar outra maneira de lidar com isso.\nApós sair de Alcatraz, Hopkins foi transferido para uma prisão em Springfield, Missouri, onde recebeu tratamento psiquiátrico que, segundo conta, ajudou a melhorar seu comportamento. Em 1963, foi libertado, trabalhou em postos de gasolina e voltou para a Flórida, onde vive com a filha e o neto.\nHoje, escreve suas memórias: um manuscrito de mil páginas, metade delas narrando as confusões em que se envolveu na prisão.\n— Você não acreditaria nos problemas que causei quando estive lá. Agora, olhando para trás, vejo que tive problemas."
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